quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

Entrevista com For The Glory


Bem, eu sei que faz tempo que eu não passava por aqui. Muita coisa acontecendo e pouco tempo pra me dedicar melhor ao zine. Mas sempre que puder vou tentar dar uma atualizada por aqui e também na versão impressa. Ainda tenho algum material parado que vai ser postado mais pra frente também.

Por hora, vamos ao que interessa:

Há algum tempo atrás foi feita uma resenha sobre o For The Glory aqui nesse mesmo blog e desde então eu já tinha uma entrevista na manga. O vocalista Congas me concedeu as respostas e conta detalhes de como a banda começou até os dias de hoje.

1- Olá Congas. Muito obrigado por nos conceder essa entrevista. Primeiramente fale quando e como sobre a banda começou.

Olá, tudo bem? A história de FOR THE GLORY remonta ao ano de 2003.

Na altura eu estava em tour com uma banda antiga que tinha chamada What Went Wrong, e estavámos na Europa em tour quando decidimos que gostaríamos de fazer um outro projecto, que fosse mais a nossa cara em termos de sonoridade. O impacto de ter visto o primeiro show de sempre de Terror na Europa nessa tour, também foi o catalisador para começar com este projecto.

Uma vez chegados a Lisboa, tentámos encontrar os membros para completar o projecto, ai surgiu o Rui que veio completar a formação. Fizemos umas 5 musicas, gravámos uma demo e passado uns tempos gravámos um MCD, a história começou a ser escrita. Passaram 8 anos, mudámos de formação algumas vezes, mas as peças centrais sempre foram as mesmas, eu, Sérgio e Rui. Desde 2006 que temos o Cláudio na bateria e em 2009 completámos a formação com o João Reis.

2- Quais os temas que a banda comenta nas letras e o que te influencia na hora compor?

As letras tentam retratar todo o dia a dia da vida cotidiana de um jovem que vive em Portugal. Tento escrever nas letras algo que todos se possam rever, não quero criar as coisas tão pessoais ao ponto de mais ninguém perceber do que falo, quero ser sincero e acima de tudo simples, para que a mensagem ou o estado de espirito seja bem interpretado.

Temos aquelas letras da realidade hardcore, dos problemas que afectam a nossa cena, porque por muito diferente que seja o teu País, os problemas são os mesmos. Depois tentamos criar alguma letras com um cariz mais social, mas sem cair na tendência de ser rotulados como banda politíca ou o que quer que seja. Tentamos ser conscientes e justo e escrever sobre a nossa visão do Mundo, pois o hardcore facultou-nos uma visão mais abrangente em relação a vários assuntos, não julgar fácilmente, nem criar juízos sobre qualquer assunto sem se aprofundar e saber mais sobre ele. Nos dias de hoje, faz cada vez mais sentido as bandas mostrarem nas suas letras o sentimento de raiva e desilusão com que os senhores do poder deixaram cair o nosso Mundo.


3- Recentemente vocês lançaram o álbum nomeado "Some Kids Have No Face". Houveram bons resultados após o seu lançamento?

Sim temos recebido boas criticas ao disco, e temos visto que a galera tem aderido no que conta.

Mas, o processo de lançar disco e veres logo o impacto nos dias de hoje é muito lento. Com a quantidade de discos que saem por mês, muita gente ouve uma vez e mete de lado, depois mais tarde voltam a ouvir e aí já dão valor ao discos. Por vezes tarde de mais, porque às vezes algumas das bandas acabam nesse meio tempo.

4- Como anda a cena hardcore em Portugal e na Europa no geral? Vocês estão tendo um bom momento para as banda locais nos dias de hoje?

A cena hardcore em Portugal é muito boa. Creio que há muitos anos que não conseguiamos ter tantas bandas de norte a sul do País. No momento está forte, apesar de estarmos a viver uma altura com demasiados concertos, o que faz com que as pessoas tenham de optar e em vez de termos um show muito cheio, temos vários com pouca gente. Mas esse é o preço que se paga com muita oferta. Faz falta em Portugal uma banda straightedge que carregue com essa mensagem, há muito tempo que Lisboa não tem uma banda totalmente edge, e isso é importante para mostrar o lado mais posi da cena hc de Lisboa.

Todas as bandas agora conseguem fazer boas gravações e lançar bons discos, também as tours grandes, todas agora querem passar por Portugal e isso também coloca a cena Portuguesa ao nível das demais na Europa, se bem que a um nível mais reduzido.

Sinceramente acredito muitos na galera nova que têm aparecido nos shows e espero que não percam a chama, pois eles serão o futuro da cena hardcore portuguesa.


5- Cite algumas das bandas que os membros tem escutado recentemente e algumas recomendações também.

Eu não sei o que eles têm escutado, mas posso dar alguns exemplos do que tenho ouvido.

Bon Iver - For Ema, Forever Ago / Overcome - Make It True / No Turning Back - Take Control / Switchtense - Switchtense / Megadeth - Youthnasia

mas isto é tudo muito subjectivo, a minha playlist muda constantemente.

6- Vocês já tocaram em circuitos fora da Europa? Se não, pretendem fazê-lo em um futuro próximo?

Essa seria uma das cenas que um dia gostaríamos de poder fazer, mas de momento é impossível. a nossa situação financeira não nos deixa espaço de manobra para sair de Portugal e deixar tudo para trás e simplesmente ir perder dinheiro que não temos. Portanto a resposta será, sim queremos ir tocar mas não sabemos quando o iremos fazer ou se alguma vez o iremos fazer infelizmente.




Para 2012 estamos a preparar algumas coisa, temos um split 7" que irá sair com uma banda da Alemanha chamada World Eater. Estamos também a trabalhar em novas músicas, e gravamos há pouco tempo um concerto em Lisboa, que iremos tentar lançar se tiver qualidade, num disco ao vivo. Não sabemos ainda se iremos fazer tour européia ou não, mas não posso estar a fazer planos a médio ou curto prazo porque o futuro em Portugal está bastante incerto. Mas de certo que não vamos estar parados, nunca estivemos, fazemos tudo ao nosso passo.

8- O que fazem os membros da banda além de tocar no For The Glory? Existem projetos paralelos relacionados a música?

A vida da malta de FTG é bastante normal, uns trabalham, outros neste momento devido à crise não trabalham.

Mas estamos envolvidos com a cena de várias formas, eu mantenho a minha Booking (Agendamento de Shows) e de vez em quando lanço o meu zine OVERPOWER OVERCOME, O Cláudio tem um estúdio de música com o irmão André (Death Will Come), o João toca noutra banda chamada Neighborz. Todos nós tivemos várias bandas no passado, umas mais influentes que outras, mas todos estes anos estivemos envolvidos com hardcore e com a música no geral.

9- Este é seu espaço. Deixe seu recado, links e o que mais possa interessar!

Um abraço especial por nos dares este espaço de promoção, seria um prazer ir ao Brasil e conhecer muita gente nova.

É bom quebrarmos a barreira geográfica que separa os dois países, espero um dia conhecer muita malta nova do outro lado do Atlântico!

Se a malta do Brasil quiser dar uma escutada numas bandas daqui, há muita banda legal com cenas legais. Se estiverem interessados em conhecer mais da cena Portuguesa entrem em contacto.

Um abraço forte.

forthegloryhc@hotmail.com


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