terça-feira, 24 de janeiro de 2012

To Kill - Entrevista

To Kill é uma banda de hardcore da Itália que foi formada por volta de 2003/2004. Sempre foram muito envolvidos com política, direitos dos animais e desde sempre, uma banda straight edge. Com influências variadas (do AC/DC ao Catharsis) lançaram 4 discos de destaque, fizeram inúmeras turnês pela Europa, incluindo uma turnê pelos Estados Unidos e, infelizmente, encerraram suas atividades em 2010.

Conversamos com o baterista Jai Fournier e ele nos respondeu algumas perguntas e curiosidades sobre variados assuntos. Destaque para uma pergunta que fizemos exclusivamente para a guitarrista da banda, Camilla.

Confiram aí.

1 – Qual é a história por trás do nome da banda?! Existe algo interessante que você poderia nos contar sobre isso?!

Jai: Aconteceu assim: Na época em que montamos a banda, existia aquela enxurrada de bandas que começavam o nome com “THE”, daí a gente resolveu buscar algo diferente, algo que soasse um pouco mais novo... é isso, eu acho.

2 – Conte-nos um pouco sobre o começo do To Kill. Você ainda se lembra?! Haha

J: Claro que lembro, aquela foi uma época maravilhosa de nossas vidas, tudo foi acontecendo muito rápido. Começamos do zero mas fomos a toda velocidade que podíamos. Muita esperança, estávamos conhecendo muita gente nova... fantástico.


3 – Como vocês decidiram terminar a banda? Quais foram os pontos principais que influenciaram vocês nessa decisão?

J: Nós estávamos cada vez mais nos focando em outras coisas das nossas vidas. Tínhamos outras coisas que queríamos fazer mas não poderíamos simplesmente deixar o To Kill “de lado”, então resolvemos colocar a banda pra descansar.


4 – Camilla, como é estar numa banda com 4 caras?! Qual é o ponto mais fácil e o mais dificil? Fale para as garotas do Brasil algo que elas devem saber sobre essa experiência.

Camilla: Eu sempre tive bons momentos com os rapazes no To Kill. Depois de tantos e tantos anos de amizade nos tornamos uma família, de verdade. Eles sempre foram muito gentis comigo e sempre nos divertimos muito, mesmo quando passamos por momentos muito stressantes, tipo dirigir por 10 horas até chegar a um show nosso. Quando eu penso nisso, eu sinto muita falta. Trabalhamos duro com mas nunca nos arrependemos de nada.

Para as garotas do Brasil eu só posso dizer: Viva cada dia como se fosse o último, divirtam-se e estejam sempre cientes do quanto vocês são importantes pra sua cena.

5 – No álbum “Vultures” há uma vinheta do filme italiano “Três Homens em Conflito” (“Il Buono, Il Brutto, Il Cattivo”.). Você poderia nos dizer qual a ligação que essa vinheta tem com essa música? Porque eu nunca entendi o que o Jack Burton tem a ver com isso. Hahaha

E de que filme/série é a vinheta de “The Big Sleep”?

J: Oh, aquele som... Wow, essa é velha! Como você ainda lembra dessa?!?! Bom, o título desse som (“Jack Burton is not going to have any revenge”.) é só uma referência a um filme que a gente ama e soou bem junto à letra e a vinheta também ficou legal, então a gente só falo “Foda-se. Vamos fazer”.

Com relação ao final da outra música, é de um episódio de “Arquivo-X”. Alguns de nós estávamos beeeem envolvidos nessa série, então...

6 – Como surgiu a idéia de fazer do “Maesltrom” um EP beneficente? Você nos falar um pouco mais sobre essa relação com o Sea Shephard?

J: Bem, Sea Shephard é uma organização que apoiamos muito. Josh é no momento um dos mais envolvidos, inclusive ele está no barco combatente da Sea Shephard em alto mar.

O que eu posso dizer é que nós queríamos muito ajudar eles e pensamos que dessa maneira seria perfeito, então gravamos alguns sons que amamos e é isso aí.


7 – Recentemente, minha banda fez uma pequena tour com o Purification and tivemos a oportunidade de converser um pouco sobre um assunto interessante: Vegetarianismo na europa. Aparentemente, o pessoal do hardcore europeu anda se desligando aos poucos desse tema. O que você acha disso? Você acha que esse acontecimento pode estar ligado ao fato da cena européia estar de “americanizando” gradativamente? Digo “americanzando” porque hardcore e vegetarianismo não estão realmente ligados nos EUA no momento.

J: Eu acho que não tem nada a ver com uma “americanização” ou nada relacionado a isso. Basicamente, eu acho que o hardcore se transformou em algo maior, e um público muito maior se aproximou a isso, então, alguns assuntos mais complicados se tornaram um pouco esquecidos, mas o “miolo” da cena ainda está preocupado com esses assuntos. Eu acho que é mais por conta disso... Você sabe, um monte de gente atraída, mas essas são pessoas que vêem o hardcore como um lance de música alternativa.

8 – Ambos nossos países são muito católicos, ou envolvidos algum outro tipo de religião. Hardcore e religião costumam estar ligados na Itália ou as pessoas mantém as coisas separadas? O que o To Kill pensa sobre hardcore e religião compartilhando o mesmo espaço?
J: Nós somos todos ateus racionais. Todos nós acreditamos que religiões são basicamente perigosas. Alguma mais, outras menos, mas de qualquer nós somos a favor da liberdade e eu diria que sentimos o discurso religioso como uma maneira de se manifestar, tudo bem, mas temos fortes argumentos contra dogmas e religiões... vocês fazem as contas.

9 – Vocês estão envolvidos com outros projetos, bandas, trabalhos, estudos, qualquer coisa?

J: Ugo, Camilla e eu temos uma nova banda que se chama Chasing Planets. Soa completamente diferente do To Kill, mas adoramos. Vocês deveriam conferir no facebook ou aí pela Internet! Todos temos interesses diferentes, todos estamos envolvidos em atividades diferentes e basicamente, ainda vamos aos shows essas coisas. J

10 – Jai e To Kill, muito obrigado pela entrevista e toda atenção. Este é seu espaço. Mandem sua mensagem para os amigos da América do Sul.

J: Muito obrigado por essa entrevista e me desculpe se eu demorei demais! Eu sou um desastre com essas coisas. A gente gostou muito disso tudo! Desejamos a vocês o melhor e esperamos encontrar com vocês por aí de alguma maneira. Cuidem-se!

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